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Parlamento Jovem é encerrado com aprovação de 12 propostas

por dircom — publicado 27/09/2018 15h05, última modificação 27/09/2018 15h05
Uma das propostas foi sugerida por alunos de Bom Despacho

15ª edição do programa Parlamento Jovem que faz parte de uma iniciativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em parceria com a PUC-Minas e as Câmara Municipais do Estado, foi encerrado na última sexta-feira dia 21, com a aprovação de doze propostas inseridas no documento final que deverá ser entregue à Comissão de Participação Popular da ALMG.
O tema abordado no Parlamento Jovem deste ano foi “Violência contra a mulher” e contou com a participação de 81 municípios, distribuídos nos 16 polos regionais. E Divinópolis foi uma destas cidades polo que recebeu grupos de estudantes dos municípios de Pains, Nova Serrana, Pará de Minas , Arcos, e Bom Despacho. Ao longo do ano foram realizadas diversas oficinas e grupos de estudos entre os jovens para discutir o tema “Violência contra a mulher” que na ocasião ainda foi desdobrado nas modalidades: Violência doméstica ou familiar; Violência nos espaços institucionais de poder; e Violência e assédio sexual.
O estudante Kayc Keven disse que este foi seu primeiro ano participando do Parlamento jovem, e foi uma experiência sensacional. “No início eu concordava com aquelas pessoas que diziam não gostar de política. Mas com o tempo fui vendo que tudo é uma questão de falta de informação sobre o assunto. Na verdade a política está dentro da gente, além de estar em tudo que a gente faz. È importante saber como atuar na política. Estou disposto a participar o ano que vem, e quero me engajar em programas parecidos com o Parlamento Jovem”, frisou Kayc.
Segundo os coordenadores do Parlamento Jovem, houveram muitos relatos dos alunos com histórias de pessoas conhecidas, e isso abriu um leque para amplas discussões ao entorno do tema, o que também trouxe diversas reflexões aos participantes.
A estudante da cidade de Pará de Minas, Iara Boaventura, 18 anos, ressaltou o aprendizado possibilitado por sua participação no PJ Minas. “Eu não era muito fã de política, mas hoje sou diferente e coloco a política em primeiro lugar”, ressaltou.
Vindo de Pains (Polo Oeste), Daniel Ferreira, 15 anos, aluno do 1º ano, diz que melhorou até sua relação interpessoal. “Ano passado era até machista; o PJ me ajudou a compreender melhor a situação que as mulheres enfrentam, ampliou a minha visão de mundo", contou.

 

PROPOSTAS
De acordo com a Assembleia Legislativa, entre as propostas que surgiram na plenária final, uma que se destacou foi disponibilizar delegacias móveis especializadas em violência contra a mulher para os municípios que não dispõem desse órgão.
Também foi sugerido pedir providências para que a Secretaria de Estado de Segurança Pública garanta que mulheres trans e travestis cumpram penas em presídios femininos em vez das unidades masculinas, para evitar a violência a que geralmente são submetidas.
Já a proposta aprovada de mais destaque foi a implantação no Estado do “Código Lilás” no protocolo de atendimento a vítimas de violência contra a mulher, permitindo que a mulher faça seu relato apenas uma vez e ele seja replicado pela rede de saúde e segurança sem que ela precise repeti-lo.
Os jovens também sugeriram a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/15, que assegura a participação de, pelo menos, uma mulher na composição da Mesa da Assembleia. Propõem, ainda, a criação do programa “Parada Segura”, que permite o desembarque de mulheres em locais fora do ponto do ônibus, a partir das 20h30.


Confira todas as propostas aprovadas:

Subtema 1: Violência doméstica e familiar

  • Implantação do “Código Lilás” no protocolo de atendimento a vítimas de violência contra a mulher, em toda a rede de saúde e segurança do Estado;

  • Criação de rede de abrigos para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar e seus dependentes;

Subtema 2: Violência nos espaços institucionais de poder

  • Aprovação da PEC 16/15, para garantir a participação feminina na Mesa da ALMG;

  • Manifestação ao Congresso Nacional pedindo a revogação do parágrafo 5º do artigo 10 da Lei 9.263, de 1996, que trata do planejamento familiar;

  • Implantação do Projeto Luzia, que prevê instalação de postes em todos os locais de baixa luminosidade;

  • Disponibilização de delegacias móveis especializadas em violência contra a mulher, em municípios que não contam com órgão semelhante;

  • Criação, facultativa, de comissão em empresas públicas ou privadas para promover atividades sobre violência contra mulher e criação de ouvidorias para facilitar a prova contra assédios;

  • Pedido de providências à Secretaria de Estado de Segurança Pública para que mulheres trans e travestis cumpram penas em presídios femininos;

Subtema 3: Violência e assédio sexual

  • Ampliação de campanhas publicitárias sobre violência contra a mulher e para desmistificar o padrão de perfeição difundido na sociedade;

  • Implantação do “Parada Segura” nos transportes coletivos do Estado que permite o desembarque de mulheres em locais fora do ponto do ônibus, a partir das 20h30;

  • Ampliação dos bancos de custódia de DNA nos hospitais que executam exame de corpo de delito;

  • Divulgação da plataforma “Chega de fiu-fiu”, da organização não-governamental (ONG) feminista Think Olga, que monitora e divulga lugares com relatos de assédio.

 

 

Fonte: ALMG / Escola do Legislativo Deusdedith Carrilho