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História

por Marcio Vilas Boas publicado 13/09/2017 23h30, última modificação 20/07/2018 13h33
Uma bela paisagem natural, disputado marco geográfico, no deserto sertão do Sec. XVIII, terra dos selvagens candidés, onde 50 famílias erigiram a primeira capela


Bela Paisagem Natural

A cachoeira da Itapecerica (caminho de pedras na correnteza do rio, ita-pe-y-cerica, em língua tupi) foi uma movimentada passagem, no período inicial da abertura da Picada de Goiás (entre 1737 e 1744), pela qual transitaram em grandes números sertanistas, fazendeiros, padres e missionários, camaradas, índios, quilombolas, andarilhos e aventureiros, grupos de exploradores, contrabandistas, soldados e turistas, entre os mais assíduos.

Divinópolis foi fundada em 13 de janeiro de 1767, por cinqüenta famílias moradoras do sertão dos rios Itapecerica e Pará, lideradas pelo fazendeiro João Pimenta Ferreira, com o nome de Paragem da Itapecerica, para superar "o rigoroso trabalho de os selvagens pagãos". Transformou-se no arraial do Espírito Santo da Itapecerica, em 24 de março de 1770, quando o sertanista Manoel Fernandes Teixeira fez uma doação de terras à igreja, destinadas a povoação.

Disputado Local Estratégico

A passagem da Itapecerica, conhecida por sua beleza e utilidade, foi palco de lutas e violentas disputas entre autoridades das Câmaras coloniais de Pitangui, São José del-Rey e Tamanduá, quando da divisão das terras do Oeste mineiro (Campo Grande). Era considerada um lugar estratégico em 1744, quando foi estabelecido o termo de São José del-Rey, e em 1789, quando se estabeleceu o termo da Vila de São Bento do Tamanduá. Desde sua fundação, até 1841, pertenceu ao município de Pitangui/ Comarca de Sabará, sendo um dos seus principais distritos. A partir desta data, foi anexado ao município de São bento Tamanduá até sua emancipação em 1911.

Ao apagar das luzes imperiais, o presidente da Província de Minas, Teófilo Otoni, incluiu na Lei Provincial 2.995, § 2o, de 19 de outubro de 1882, um dispositivo que mudava o nome de Tamanduá para Itapecerica, ficando Divinópolis identificada apenas com o nome de Espírito Santo.

Ferrovia e Emancipação

Em 30 de abril de 1890, sob a administração do presidente estadual João Pinheiro da Silva, Divinópolis teve inaugurada a Estação de Henrique Galvão (Estrada de Ferro Oeste de Minas/ EFOM), que lhe deu grande impulso civilizatório, criando condições para a emancipação.

Em 30 de agosto de 1911, o presidente estadual Júlio Bueno Brandão promulgou a Lei Provincial 556, incluindo o distrito do Espírito Santo com o nome de Vila Henrique Galvão no rol dos emancipados, coroando a luta do farmacêutico Pedro X Gontijo que, juntamente com o padre Matias Lobato, o advogado Francisco Ribeiro de Carvalho, o comerciante Antonio Olympio de Moraes e Francisco Machado Gontijo, trabalhava pela autonomia do distrito.

Em 1o de junho de 1912, o município foi instalado oficialmente, e em 3 de setembro do mesmo ano (Lei 590, do presidente municipal Antônio Olympio de Moraes) mudou de nome para Vila Divinópolis, perpetuando a antiga denominação do Espírito Santo da Itapecerica.

Em 18 de setembro de 1915, sob o governo do presidente estadual Delfim Moreira, foi elevada à condição de cidade, e em 7 de setembro de 1923, pela Lei Estadual 843, do presidente estadual Raul Soares de Moura, foi-lhe anexado o território do distrito de Ermida de Campos, perfazendo seu atual contorno territorial.

 

Texto de Flávio Flora | Revisto em 16-07-2018